quinta-feira, 19 de abril de 2012

A TEMPESTADE

A tempestade
Essa é uma história que aconteceu há algum tempo, e creio que assim como eu, meus quatro irmãos jamais vão esquecer.
 Era inverno, nosso pai gostava muito de farras, portanto estávamos sozinhos. Chovia muito. A mamãe como uma galinha, protegia seus filhos, rezava, pedindo para Deus a chuva passar. Nós todos morrendo de frio e de medo. Nossa casa, já estava com o barro no chão, o vento quase carregava as telhas. O meu irmão mais novo tremendo de frio, ora chorava, ora boiava, pois morávamos perto de uma fazenda e a agua já dava na canela de minha mãe. Só os relâmpagos iluminavam, já que as lamparinas não aguentavam acesas, e a última caixa de fósforos caiu na água. Trovejava tanto que a casa tremia.
Hoje já se passaram mais de vinte anos, mas as lembranças daquela noite continuam na minha memória. Meu avô chamando minha mãe:
_ Zilda, como vocês estão? Está tudo bem com as crianças?
Para nós era a luz para nos salvar, já que nosso pai não chegava. Meu avô ajudou mamãe a tirar a água de dentro de casa. Já amanhecendo o dia papai chega em casa assustado se justificando que não tinha podido voltar para casa por causa da chuva, dos relâmpagos, dos ventos fortes.
Depois daquela noite de pavor e ainda as águas fazendo estradas largas, nós fomos no terreno da cozinha e lá estava um cacho de bananas que meu pai tinha enterrado para amadurecer, para nós foi uma alegria. Meu pai foi logo desenterrando o cesto que a chuva não tinha desenterrado... enfim, uma alegria depois daquela noite sombria era mesmo necessário.
Essa é uma historia verdadeira que está guardada desde minha infância, como tantas outras que jamais serão esquecidas. Isso aconteceu quando morávamos em Poços, município de Bela Cruz. E até hoje sou muito grata por Deus ter nos ajudado.
Contada e Escrita por mim
                                                                                                              eliete Araújo rodrigues
                                                                                                             genipapeiro, 20/10/2004

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