quinta-feira, 19 de abril de 2012

HISTÓTIA DA ONÇA

História da onça
Era uma vez um remador de canoas chamado Pedro que tentava atravessar um rio, transportando o padre João que ia confessar um velho doente numa casinha do outro lado do rio, onde tudo era mato. Além de ser perigoso, o temporal de chuva e trovoadas, deixava o rio cada vez mais agitado.
Sentado na tábua no meio da canoa o padre olhava o rio cheio e a paisagem, para passar o tempo e o medo dos relâmpagos e trovões que não paravam. Enquanto isso o canoeiro fumava um cigarro de palha remando a canoa sem parar, doido para puxar conversa com o padre que estava muito calado e pensativo. Até que o padre resolveu falar apontando para a floresta, perguntando ao Pedro:
- Tem muita caça por ai?
- Já teve senhor vigário, mas eu já dei conta de uma parte dela.
- E você gosta de espingarda?
- Este é meu vício. Sou um bom atirador. Nunca perdi uma carga de chumbo, pode o senhor vigário perguntar na redondeza.
- E o que você mata? Paca, cotia, onça ou passarinho?
- Eu mato tudo que estiver na minha frente, mas a minha especialidade é onça, respondeu Pedro.
- Será possível? Sorriu o padre fingindo acreditar, para não humilhar o bom homem, que logo viu na cara do vigário não acreditar nele quando falou que o rabo da onça que matou era maior que a canoa em que estavam.
O vigário virou a cabeça para o lado e sorriu sem o homem ver e de novo ficou em silêncio, morrendo de medo dos relâmpagos e trovões que continuavam.
O caboclo então continuou remando a canoa sem ter medo.  
O padre disse:
- Vá remando até alcançarmos a primeira barraca.
O homem vendo que o padre estava muito nervoso e rezando disse com desdém
- Não tenho medo desse trovãozinho de nada.
Nesse instante veio um raio muito forte que quase virou a canoa. Então o canoeiro gritou:
- Virgem Nossa Senhora o que é isso?
- São os castigos de Deus, respondeu o vigário, para quem mente e duvida Dele.
O caboclo começou a gritar;
- Senhor padre, senhor padre me perdoe... eu não minto mais e nem duvido de Deus. Desesperado revelou – eu não matei onça nenhuma, nem sei que tamanho é o rabo dela. Nem espingarda eu possuo.
Em meio a tempestade o vigário falou:
- Vá remando, vá remando que essa é a sua profissão.
O canoeiro concluiu que a mentira tem pernas curtas.
Contada por Maria celeste,
minha avó, e Escrita por mim
 maria goreti chaves F. cruz
                                                                                                                                                      cruz, 20/10/2004

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